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Empreendedor de Araguaína faz apelo após ver seu sonho se transformar em pesadelo

Meu nome é Leandro Charles Barbosa, tenho 36 anos, sou casado, pai de três filhos e trabalhador desde a infância.” Assim começa o desabafo de um homem que carrega nos ombros muito mais do que as responsabilidades do dia a dia, mas também o temor de deixar sua família passar necessidade.

Leandro nasceu em São Félix do Xingu, no Pará, perdeu o pai aos três anos e aprendeu muito cedo o que é ser homem em uma casa humilde. Já vendeu pão de bicicleta, leite de porta em porta e enfrentou até a depressão quando ficou desempregado em 2020. Mas nunca desistiu.

Em 2021, apostou todas as fichas em um projeto sustentável em Araguaína: reaproveitamento de ossos e resíduos de açougues e supermercados, com o sonho de transformar restos em renda e dignidade. Pegou empréstimos, comprou uma câmara fria usada, enfrentou dificuldades e denúncias por causa do odor. Quando finalmente conseguiu organizar tudo, fazendo adequações exigidas pela fiscalização para evitar qualquer incômodo à vizinhança, veio o balde de água fria: sua atividade não poderia mais continuar naquele local, no setor Nova Araguaína, por ser um bairro residencial.

“Infelizmente, depois que consegui organizar tudo, me informaram que meu segmento não poderia ser nesse local. Isso aconteceu após eu já ter investido tempo e dinheiro no negócio. Atualmente, não tenho condições de investir do zero, todo meu investimento foi feito aqui. Protocolei um pedido para a área industrial, mas isso leva tempo – algo que não posso esperar, estou correndo o risco de perder tudo!”, conta Leandro Barbosa.

“Estou desesperado; esse era o meu único meio de sustento para arcar com meus compromissos financeiros. Devo dinheiro para pessoas que me venderam materiais para construção. Nunca pensei que meu sonho poderia se tornar um pesadelo”, lamenta o empreendedor.

“A vida está cada vez mais difícil e muitos dos meus vizinhos – não todos, mas a maioria – me criticam sem entender a situação pela qual estou passando. Foram poucos os que vieram até mim para saber da minha dor. O ser humano parece estar perdendo a empatia; é mais fácil apontar os erros do que oferecer apoio”, desabafou.

Leandro Charles diz que nunca teve intenção de causar incômodo à vizinhança. “Reconheço que houve episódios em que odores indesejados saíram do local e peço sinceras desculpas a todos que foram afetados. Isso não ocorreu por maldade ou descuido, mas sim por limitações financeiras que me impediram de fazer mudanças imediatas. Esta atividade é a única fonte de sustento para mim e minha família”, explicou.

AJUDA DE UM AMIGO

Conhecendo a luta de Leandro, um amigo ofereceu um local provisório na zona rural, porém, ele explica que precisaria de energia trifásica, sendo que lá só tem monofásica. “Preciso pelo menos de uma estrutura básica para receber a câmara fria. Infelizmente, não consigo retirar a câmara fria do local onde está atualmente; além de ser muito antiga não suportaria ser retirada do local, precisaria de uma nova câmara fria ou um baú refrigerado”, conta.

APELO ÀS AUTORIDADES

Por fim, Leandro faz um apelo: “Peço à comunidade e às autoridades que compreendam minha situação. Meu único desejo é trabalhar e sustentar minha família de forma digna. Estou totalmente disposto a colaborar e encontrar soluções para garantir que essa situação seja resolvida o mais breve possível”.

Hoje, sem dinheiro, com dívidas e sem alternativa viável de mudança, Leandro corre contra o tempo para não ver sua única fonte de sustento se perder. Ele precisa de apoio financeiro e estrutural para continuar trabalhando honestamente e alimentando sua família.

Não quero caridade, só uma chance de continuar lutando”, diz ele. Quem puder ajudar com qualquer valor ou apoio técnico, entre em contato pelo telefone/WhatsApp (63) 99109-6865 ou envie um Pix para 015.900.591-40.

*Reportagem produzida pelo estagiário Charles Michael, com edição e supervisão da jornalista Joselita Matos.

Leandro adequou toda a estrutura para tocar seu negócio.

Fonte: AF Noticias