EUA acertam nova reunião com Rússia para discutir fim da guerra; Ucrânia fica de fora
Os Estados Unidos e a Rússia concordaram em realizar novas rodadas de negociação sobre o fim da guerra na Ucrânia, após um encontro inicial na Arábia Saudita. A decisão marca uma mudança na abordagem norte-americana, que anteriormente priorizava o isolamento diplomático do presidente russo, Vladimir Putin.
Durante a reunião, que durou mais de quatro horas, a Rússia endureceu suas exigências e reiterou que não aceitará a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Autoridades europeias expressaram preocupação de que o governo dos EUA esteja fazendo concessões a Moscou, incluindo a exclusão da Ucrânia das negociações.
Impasse diplomático
A reunião representou o primeiro encontro direto entre autoridades norte-americanas e russas para tratar do conflito, considerado o mais letal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O chanceler alemão, Olaf Scholz, destacou que nenhuma decisão deve ser tomada sem a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reforçou essa posição ao adiar uma visita à Arábia Saudita para não legitimar as negociações entre EUA e Rússia.
O assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, reconheceu que qualquer solução envolverá discussões sobre território e garantias de segurança. Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, assegurou que a União Europeia será incluída nas negociações futuras.
Novas exigências russas
A Rússia continua pressionando por mais concessões. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, afirmou que não basta impedir a entrada da Ucrânia na Otan. Moscou exige que a aliança retire a promessa feita em 2008 de que Kiev poderia se tornar membro no futuro.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também rejeitou a possibilidade de envio de tropas da Otan para atuar como força de paz no conflito, mesmo sob outra bandeira. As exigências russas aumentam as incertezas sobre um acordo equilibrado para todas as partes envolvidas.
Preocupação internacional
Aceleradas por um telefonema entre Putin e Trump, as negociações provocaram receio em Kiev e nas capitais europeias de que os dois líderes possam chegar a um acordo rápido sem considerar os interesses da Ucrânia. Há temores de que uma resolução apressada possa reforçar Moscou e colocar em risco a segurança europeia.
Até o momento, não há previsão para um encontro direto entre os presidentes dos EUA e da Rússia. No entanto, a diplomacia segue em ritmo acelerado, com desdobramentos que poderão definir o futuro do conflito na Ucrânia.
Fonte: AF Noticias