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Gripe aviária: a ameaça silenciosa que tem potencial de causar uma nova pandemia

Gripe aviária é um termo que ecoa cada vez mais entre especialistas em saúde. Em 25 de março de 2025, na conferência da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA) em Manchester, Richard Pebody, diretor de epidemias, alertou: “O H5N1 tem o potencial de se tornar uma pandemia, uma futura pandemia. E é por isso que estamos observando e gerenciando-o tão de perto.” Esse aviso nos faz refletir: estamos prontos para mais uma ameaça global?

O que é a gripe aviária e sua origem?

A gripe aviária, causada pelo vírus influenza tipo A, circula naturalmente entre aves aquáticas selvagens, como patos e gansos. Identificada em 1878 no norte da Itália como “praga aviária” por Edoardo Perroncito, ela evoluiu ao longo do tempo. A cepa A/H5N1, isolada em 1959 e detectada em humanos em 1997 em Hong Kong, tornou-se endêmica em aves de vários países desde 2003, espalhando-se da Ásia às Américas. O foco agora é entender suas mutações e riscos.

Como o vírus se espalha?

O vírus se propaga entre aves por contato com saliva, muco ou fezes, afetando também aves domésticas e, desde 2020, espécies como cães, gatos e até focas. Em abril de 2024, o Texas registrou o primeiro caso humano ligado a mamíferos, após contato com vacas infectadas. Apesar de rara, a transmissão a humanos preocupa, e o foco das autoridades é monitorar essa adaptação.

Casos humanos e impactos

Nos EUA, além do caso no Texas com conjuntivite como único sintoma, três outros casos surgiram em 2024 sem vínculo claro com animais. Na América Latina, desde outubro de 2022, o vírus dizimou 53 espécies no Chile, com 8.140 mortes em 2023 — quase o dobro dos 14 anos anteriores (4.392). Isso mostra que a gripe aviária vai além das aves, afetando ecossistemas e, raramente, humanos.

Sintomas e riscos em humanos

Os sintomas variam de leves, como “olho rosa“, a graves, como febre, tosse e pneumonia, que já causaram mortes na Ásia desde 2003. A maioria dos casos ocorre por contato direto com aves infectadas, como no Colorado em 2022, destacando a necessidade de prevenção.

Por que o H5N1 alerta especialistas?

A cepa H5N1 preocupa por sua capacidade de mutação. Desde surtos na Coreia do Sul em 2003 até o maior registro nos EUA em 2014, com 51 milhões de aves mortas, o vírus se espalha globalmente e esse risco mantém a vigilância em alta.

Fonte: AF Noticias