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Mãe denuncia hospital sem médico enquanto filho sofre crise de asma e gera investigação

O Ministério Público do Tocantins (MPTO) instaurou um procedimento preparatório para apurar a precariedade no atendimento médico do Hospital Municipal de Figueirópolis, no sul do Estado. A decisão foi tomada após denúncia encaminhada à Ouvidoria do órgão, relatando que pacientes teriam ficado sem atendimento por ausência de profissionais na unidade.

De acordo com a Notícia de Fato n. 2025.0014254, uma moradora relatou que levou o filho em crise de asma para o hospital, mas não encontrou médico de plantão. “Meu filho nem foi atendido. O médico é irmão do prefeito José Fontoura. Não foi somente o meu caso, várias outras pessoas estão passando pelo mesmo problema”, afirma a denúncia, que também cita outros relatos semelhantes e vídeos que circulam nas redes sociais.

“Estou na porta do Hospital de Figueirópolis, vim trazer meu filho dando crise de asma, vomitando, e até agora não fui atendida. Tem mais de uma hora que estou aqui tentando ser atendida. É isso que é uma boa administração? Meu filho passando mal e não ter nenhum médico aqui para atender? Cadê o médico de plantão?”, desabafou a mãe da criança ao gravar a situação. Pelas imagens, não havia nenhum outro paciente aguardando atendimento na recepção da unidade.

A promotoria destaca que a saúde é um direito fundamental previsto na Constituição Federal e que compete ao Ministério Público zelar para que o Poder Público garanta acesso universal e igualitário ao atendimento.

Diante da gravidade das informações, o MPTO determinou que a Secretaria Municipal de Saúde de Figueirópolis apresente, no prazo de 15 dias, esclarecimentos sobre a ausência de médicos, além de fornecer:

  • a relação completa dos médicos lotados no hospital desde janeiro de 2025;
  • registros de ponto e contratos de trabalho;
  • justificativas sobre a falta de profissionais;
  • comprovação documental das medidas em andamento para assegurar atendimento contínuo à população.

O presidente do Conselho Municipal de Saúde também foi oficiado para se manifestar sobre a situação.

O procedimento preparatório é conduzido pelo promotor de Justiça Marcelo Lima Nunes, da 6ª Promotoria de Gurupi, responsável por acompanhar casos de irregularidades na área da saúde pública.

A investigação busca garantir que o Hospital Municipal de Figueirópolis tenha médicos suficientes para atender a comunidade em tempo integral, evitando situações em que pacientes fiquem sem assistência.

Fonte: AF Noticias