Operação mira 12 advogados por esquema multimilionário de manipulação de sentenças
Notícias do Tocantins – A Polícia Civil do Piauí deflagrou, nesta quarta-feira (13), a terceira fase da Operação Usuário Zero, que investiga um esquema de fraudes em sentenças judiciais no Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI). Pelo menos 12 advogados foram alvos da ação, que cumpriu 13 mandados de busca e apreensão no Piauí, Maranhão, Tocantins e Distrito Federal.
Durante a ofensiva, foram apreendidos veículos de luxo, incluindo um Camaro amarelo, e bloqueados R$ 1 milhão em contas bancárias. Computadores, celulares e outras mídias de armazenamento também foram recolhidos para análise. Os bens e valores serão usados para ressarcir prejuízos causados pelas fraudes.
Os advogados investigados nesta etapa são: Anastácio Araújo Costa Sales Neto, Bruno Silva Pio, Francisco Fernandes dos Santos Júnior, Francisco Jefferson da Silva Baima, Jarbas Wallison Nunes Mota, João Paulo Lustosa Veloso, José Wilson Cardoso Diniz, José Wilson Cardoso Diniz Júnior, Lucas Mendonça Cavalcante, Mailson Marques Roldão, Marcos Luiz de Sá Rêgo e Marília Dias Santos.
Segundo o delegado Yan Brayner, diretor de Inteligência da Polícia Civil do Piauí, o grupo agia de forma coordenada para manipular decisões no Processo Judicial Eletrônico (PJe), especialmente em processos de busca e apreensão de veículos com alienação fiduciária. “Foi identificado um padrão: as mesmas partes, os mesmos advogados e a mesma tramitação processual, sempre com o objetivo de suspender ordens de apreensão e liberar os bens”, explicou.
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A fraude teria sido possível devido a uma falha no sistema eletrônico do TJ-PI, descoberta por um ex-servidor comissionado, João Gabriel Costa Cardoso, preso na primeira fase da operação em 2024. Ele invadia perfis de usuários do tribunal para inserir minutas fraudulentas, que depois eram assinadas por magistrados sem que percebessem a manipulação. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) corrigiu a vulnerabilidade ainda em 2023.
O esquema, de acordo com a polícia, movimentou entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões. Além da manipulação de sentenças, João Gabriel também teria tentado fraudar um concurso público, obtendo decisão judicial para anular questões da prova, posteriormente revogada.
O inquérito será encaminhado ao Ministério Público do Piauí, que avaliará o oferecimento de denúncia criminal.
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Fonte: AF Noticias