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Padre Luso, símbolo de fé e devoção no Tocantins, avança em processo de beatificação

A fase diocesana do processo de beatificação do Padre Luso será oficialmente aberta no próximo dia 19 de julho, com uma missa presidida pelo bispo da Diocese de Porto Nacional, Dom José Moreira Bastos Neto. A celebração acontecerá às 11h, na Igreja São Judas Tadeu – horário e local repletos de significado na trajetória do sacerdote, lembrado por sua profunda espiritualidade e dedicação pastoral.

O momento marca um passo decisivo no reconhecimento das virtudes heroicas do Padre Luso e será conduzido pela Diocese de Porto Nacional, em parceria com a Associação dos Amigos do Padre Luso (AaPL). A comunidade local, paróquias da região e de todo o estado do Tocantins estão convidadas a participar dessa celebração histórica.

A cerimônia também contará com a presença do postulador da causa, o italiano Paolo Vilotta, que chega ao Tocantins no dia 18 e permanece até o dia 23 de julho. Responsável por acompanhar processos de beatificação e canonização no Brasil e em outros países, Vilotta atua atualmente em cerca de 45 causas ligadas à Igreja Católica no território brasileiro — entre elas, a do próprio Padre Luso e a de Dom Alano. Sua função é reunir e analisar documentos, testemunhos e possíveis milagres atribuídos ao intercessor, além de verificar se o candidato viveu de maneira heroica as virtudes cristãs.

Quem foi o Padre Luso?

Nascido em 1946, Luiz Gonzaga de Almeida Silva, o Padre Luso, como era carinhosamente conhecido, dedicou grande parte de sua vida à evangelização no Tocantins, especialmente em Porto Nacional. Ordenado sacerdote pela Congregação do Verbo Divino (SVD), ele se destacou pelo serviço aos pobres, à juventude e à educação, sendo reconhecido por sua humildade, carisma e vida de oração.

Faleceu em 2001, aos 55 anos, deixando um legado espiritual que segue vivo nas memórias e na fé de milhares de fiéis. Desde então, manifestações de gratidão e relatos de graças alcançadas por sua intercessão têm se multiplicado, impulsionando o início do processo de beatificação.

Como funciona o processo de beatificação?

O processo de beatificação é o primeiro passo oficial rumo à canonização, ou seja, ao reconhecimento de alguém como santo pela Igreja Católica. Ele começa na fase diocesana – como será agora no caso do Padre Luso -, onde se recolhem provas documentais, testemunhos e possíveis milagres. Nesta fase, a diocese onde a pessoa viveu investiga sua vida, virtudes, fama de santidade e, em alguns casos, milagres atribuídos à sua intercessão. Todo o material é enviado ao Vaticano, onde será avaliado pela Congregação para as Causas dos Santos.

Se for comprovado que o candidato viveu de forma exemplar as virtudes cristãs, ele poderá receber o título de “Venerável”. Em seguida, a confirmação de um milagre atribuído à sua intercessão pode levar à beatificação, quando o título de “Beato” é concedido. Para a canonização – reconhecimento como santo – é necessária a comprovação de um segundo milagre, ocorrido após a beatificação.

Curiosidades

  • A escolha das 11h para a celebração não é por acaso: é o horário tradicional das missas presididas por Padre Luso nas manhãs de domingo, o que reforça a simbologia e a memória afetiva da comunidade.
  • A Associação dos Amigos do Padre Luso foi criada por fiéis e devotos com o objetivo de preservar sua memória, divulgar seu legado e organizar a documentação necessária para a causa.
  • A iniciativa de solicitar a abertura do processo partiu da própria comunidade local, impressionada com o impacto espiritual deixado pelo sacerdote e com os inúmeros relatos de graças recebidas.

A abertura da fase diocesana é, portanto, não apenas um ato jurídico e eclesiástico, mas também um momento de profunda fé, devoção e esperança para todos que conviveram com Padre Luso e acreditam em sua santidade.

Fonte: AF Noticias