Renúncia como ato de grandeza ou impeachment, diz ex-deputado ao governador Wanderlei
O ex-deputado estadual e ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão (PT), divulgou um vídeo nas redes sociais na última sexta-feira (10) pedindo que o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) renuncie ao cargo em um “ato de grandeza”. A manifestação ocorre após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negar o segundo recurso contra o afastamento determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“É hora do senhor renunciar. Nós não podemos manter essa sangria nas contas públicas ou o estado de insegurança jurídica por que passa o Tocantins com o seu afastamento. Seja grande! Renuncie e deixe o Estado tocar a vida, e o senhor seguirá com seus advogados a sua defesa”, afirmou Mourão no vídeo, gravado em Belém (PA), onde participa das celebrações do Círio de Nazaré.
Durante a gravação, o petista destacou que o Estado Democrático de Direito garante a presunção de inocência, mas pediu “respeito e atenção ao povo tocantinense” por parte de Wanderlei Barbosa. “Clamamos neste momento justamente pelo sentimento de respeito e de atenção ao povo tocantinense por parte do governador Wanderlei Barbosa”, declarou.
“Se não renunciar, que haja impeachment”
Paulo Mourão, que também já foi deputado federal, defendeu ainda que, caso o governador afastado não renuncie, a Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) deve abrir um processo de impeachment.
“Nós clamamos também pelos nossos nobres deputados e deputadas estaduais que, se o governador Wanderlei não tiver este ato de grandeza – renunciando e deixando o governador Laurez Moreira tocar o projeto de reorganização do Estado e de promoção do desenvolvimento -, que a Assembleia Legislativa promova o impeachment”, afirmou.
“Não prejudique mais o Tocantins”
Encerrando a manifestação, o ex-prefeito fez um apelo direto a Wanderlei: “Não prejudique mais o Tocantins, como tem prejudicado. Deixe o Estado voltar às condições livres e estáveis para que possamos promover o desenvolvimento. É o mínimo que o senhor pode fazer pelo Tocantins neste momento.”
Sobre o afastamento
Wanderlei Barbosa foi afastado do cargo em 3 de setembro por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no âmbito da Operação Fames-19, da Polícia Federal, que investiga supostos desvios de recursos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19.
Desde então, o vice-governador Laurez Moreira (PSD) assumiu interinamente o comando do Estado.
A defesa de Wanderlei apresentou recursos no Supremo Tribunal Federal, mas enfrentou dois reveses: o ministro Edson Fachin arquivou um habeas corpus por razões processuais, e o ministro Luís Roberto Barroso negou o seguimento de um novo pedido para retorno ao cargo. A defesa prepara um terceiro pedido ao STF para tentar reverter o afastamento.
As decisões do Supremo mantêm em vigor a determinação do STJ, que afastou Wanderlei por 180 dias.
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Fonte: AF Noticias
