Sem especialistas no Tocantins, médicos viajam de MG para fazer cirurgias em Araguaína
Notícias de Araguaína – O aumento de queixas de familiares sobre o atendimento de crianças submetidas a cirurgias cardíacas levou o Ministério Público do Tocantins (MPTO) a reunir-se, na última quinta-feira (4), com o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues, representantes da Secretaria Municipal de Saúde, do Instituto Saúde e Cidadania (Isac) e médicos responsáveis pelos procedimentos.
As reclamações recebidas pelo MPTO dizem respeito, sobretudo, ao atendimento pré e pós-cirúrgico. Segundo relatos, a limitação ocorre porque a equipe médica que realiza as operações reside em Minas Gerais e viaja ao Tocantins apenas uma vez por mês, permanecendo apenas alguns dias para os acompanhamentos iniciais.
Exigências do MPTO
Na reunião, conduzida pelas promotoras de Justiça Bartira Quinteiro (Araguaína) e Araína Cesárea (Palmas), ambas especializadas em saúde, o Ministério Público recomendou que a Secretaria de Saúde avalie a possibilidade de trazer os cirurgiões mais vezes ao estado, além de adotar protocolos formais de telemedicina para melhorar o acompanhamento dos pacientes à distância.
Outra preocupação apresentada foi a dificuldade de acesso aos prontuários médicos. Familiares alegaram que só conseguem obtê-los presencialmente em Araguaína. O Instituto Isac disse desconhecer a prática, mas comprometeu-se a orientar a equipe para que os documentos sejam entregues em conformidade com a legislação.
Também foi sugerido – e acatado – que sejam criados protocolos de atendimento humanizado aos familiares, com informações mais claras sobre os riscos e etapas dos procedimentos.
Resposta da gestão
A secretária de Saúde de Araguaína, Ana Paula Abadia, reconheceu a dificuldade em contratar especialistas, problema que afeta não apenas o Tocantins, mas todo o país. Segundo ela, a equipe já foi reforçada com dois novos médicos, medida que deve melhorar a assistência.
Médicos que participaram do encontro elogiaram a estrutura do Hospital Municipal de Araguaína, onde os procedimentos são realizados desde 2020, e ressaltaram que os casos são de alta complexidade, agravados pelo fato de muitos bebês encaminhados de Palmas chegarem com infecções, o que impede a cirurgia imediata.
Acompanhamento permanente
O MPTO informou que seguirá acompanhando os serviços por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Araguaína e da 27ª Promotoria de Justiça de Palmas, fiscalizando não apenas os casos individuais de desassistência, mas também a qualidade geral dos atendimentos e as ocorrências de óbito.
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Fonte: AF Noticias
