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Servidores exigem retratação e respeito de vereador após serem chamados de ‘acéfalos’

Notícias do Tocantins – Servidores municipais de Guaraí cobraram publicamente, nesta terça-feira (14), uma retratação do vereador Fábio Santos (PL) após comentários feitos durante sessão da Câmara Municipal. Ao ser vaiado enquanto discutia os novos Planos de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCRs), o parlamentar afirmou que o nível intelectual de quem o criticava era de “QI abaixo de 69”, referência a um quociente de inteligência associado a deficiência intelectual leve.

A fala provocou indignação imediata entre os servidores presentes, que participavam da sessão pedindo mais diálogo sobre os projetos que tramitam na Casa de Leis desde março.

“Ele nos chamou de acéfalos e nos acusou de prejudicar a saúde municipal, o que não é verdade. Nós trabalhamos todos os dias para atender a população. Queremos retratação e respeito”, afirmou um servidor em vídeo gravado após a sessão.

Outro servidor reforçou: “A postura do vereador nos colocou em maus lençóis, atribuindo à classe trabalhadora a culpa pelos problemas da saúde. Exigimos que ele nos trate com respeito, como nós sempre fizemos com ele”. Uma servidora ainda destacou que todos os servidores afetados passaram em concursos públicos e que a referência ao QI era “ofensiva e injusta”.

Entenda o caso

O episódio gerou repercussão entre parlamentares. O vereador Delegado Adriano Carrasco (Republicanos) classificou a fala do colega como “desrespeitosa e incompatível com o decoro parlamentar”, ressaltando que os servidores são concursados e têm qualificação comprovada.

Em resposta, Fábio Santos afirmou que a referência ao QI não se dirigia a todos os servidores, mas apenas àqueles que o criticaram no plenário. Apesar disso, ele não apresentou retratação pública, o que ampliou a repercussão negativa nas redes sociais e em grupos da cidade.

Fala foi interpretada como um insulto a servidores que protestavam contra os projetos que alteram o PCCRs.

Os projetos de lei complementar que tratam dos PCCRs de professores, servidores administrativos da educação e do quadro geral do município ainda não têm data para votação. A prefeita Maria de Fátima Coelho Nunes (MDB), autora das propostas, condicionou a realização de novos concursos públicos à aprovação das matérias, lembrando que o último certame ocorreu em 2016, ofertando apenas 48 vagas.

Apesar da tensão, todos os 11 vereadores teriam garantido que não votarão contra os direitos dos servidores e que as discussões sobre os PCCRs ocorrerão de forma transparente e democrática.

A Câmara Municipal ainda não informou se analisará formalmente a conduta do parlamentar sob o ponto de vista do decoro.

Fonte: AF Noticias