Após 10 anos de silêncio, Suzane von Richthofen relembra crime contra os pais e fala sobre casamento com mulher
A mulher, atualmente com 31 anos, abriu o jogo sobre o crime que confessou ter cometido – ela matou seus pais, Manfred e Marizia, em outubro de 2002, com a ajuda do namorado, Daniel Cravinhos e o irmão dele, Cristian.
Questionada sobre o que aconteceu no dia que os pais foram executados, Suzane disse: “Foi o dia que marcou a minha vida de um jeito que nada mais vai ser igual. Eu perdi minha mãe, meu pai, amigos, irmão. Aquela vida que eu tinha, sonhos… Eu perdi tudo. Depois que eu fui presa, a minha realidade é completamente diferente”.
Pela primeira vez, Suzane confessou publicamente ter planejado o crime e contou que ela e Daniel foram os grandes responsáveis pela ação.
“Muita gente me pergunta: ‘A ideia foi sua?’. Todos dizem que eu sou a mentora, a cabeça de tudo? Não é verdade. Uma cabeça só não pensa em tudo. É uma junção de tudo, concorrência de ideias. Eu fiz parte, mas os três bolaram aquilo. Eu acho que o Cristian sabia menos da situação, mas infelizmente tanto o Daniel quanto eu temos culpa nessa parte. Isso é uma coisa que não tem como esquecer, não fazer parte. Faz parte da minha vida, da minha história e eu me arrependo. Como eu queria que tudo tivesse sido diferente, que eu não tivesse conhecido ele, namorado. Que eu pulasse essa parte e chegasse aos 18 de outra forma”, lamentou.
Encarcerada, ela ainda falou sobre como foi amadurecer nos últimos anos: “Às vezes nem eu acredito que tenho 31 anos. Eu fui presa tinha acabado de fazer 19. Às vezes olho no espelho e nem acredito. Amadureci, aprendi muita coisa nesses anos, não é fácil estar presa e ainda mais quando não tem mais a família”.
Confira, a seguir, detalhes da entrevista de Suzane, em que ela fala sobre planos para o futuro, o casamento na prisão com Sandra, o que diria aos pais se os encontrasse atualmente e mais.
Em uma sala na penitenciária de Tremembé, em São Paulo, Suzane falou sobre o que diria aos pais atualmente se os encontrasse vivos.
“Perdão. Vocês sempre tiveram razão, quando a minha mãe me dizia que ele [Daniel Cravinhos] ia me levar para o buraco, eu não acreditava. Você tinha razão, me perdoa eu achava que sabia tudo e eu não sabia nada. Ela sempre esteve certa. Iria pedir que me perdoassem, abraçá-los, eles fazem falta, é muito difícil viver sabendo que não tenho essa parte por minha própria culpa, não é culpa de ninguém, é minha culpa.”
Suzane, que estava inconsolável no dia do enterro dos pais, contou o que sentiu no dia: “Eu não conseguia pensar em nada, no depois. Eu acho que era inconsequente. Sabe quando você não acredita no que está acontecendo? Que parece que não é com você? Quando você vive uma coisa mas não está vivendo de verdade? Talvez um estado de choque. Ei, é minha vida, minha mãe meu pai, sou eu que estou aqui. Um turbilhão dentro de mim”.
(MSN)