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Araguaína está entre as primeiras cidades do Brasil que terão tecnologia 5G; entenda

A capital econômica do Tocantins – Araguaína – está entre as primeiras cidades do Brasil que terão a tão esperada tecnologia 5G. O município aderiu ao programa Conecta5G do Ministério das Comunicações e da Abdi (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), que será lançado nesta quinta-feira (16) pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, em Natal (RN). O prefeito Wagner Rodrigues (SD) viajou para acompanhar a solenidade.

Além de Araguaína, também integram essa primeira fase do programa as cidades de Curitiba (PR), Ceará-Mirim (RN), Petrolina (PE) e Jaraguá do Sul (SC).

Com exceção da capital do Paraná, essas cidades menores conseguiram furar o cronograma da fila definida pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para instalação das redes 5G pelas operadoras vencedoras do leilão público, e terão o serviço antes que as capitais e outras cidades mais populosas.

A TECNOLOGIA

Os postes 5G dessas cidades passarão por uma adaptação. A Nokia, uma das principais fabricantes de equipamentos 5G do mundo, e a Juganu desenvolveram uma tecnologia que embute os chips 5G da Qualcomm nas lâmpadas dos postes da rede de energia elétrica.

Essa solução foi desenvolvida exclusivamente por esse grupo de empresas para o projeto patrocinado pela Abdi. Nessa primeira fase, o serviço 5G será prestado nas frequências de 3,7 GHz (gigahertz) e de 27,9 GHz.

A solução tecnológica, patrocinada pela Abdi, transforma as lâmpadas de iluminação pública em antenas de celular que espalham como Wi-fi o sinal do 5G.

Desta forma, os prefeitos podem utilizar os fundos municipais hoje destinados especificamente para iluminação pública para a compra desses equipamentos e a oferta de internet de quinta geração.

ALTERNATIVA PARA AS PREFEITURAS

Essa saída funciona ainda como burla das atuais leis municipais que impõem restrições à instalação de antenas de celular. Embora o Congresso tenha aprovado a Lei Geral de Antenas, os municípios precisam ainda adaptar suas leis locais ao novo regramento jurídico.

Embora o governo tenha leiloado as licenças de 5G, as teles enfrentarão dificuldades para a construção das redes porque muitas capitais ainda dificultam a liberação das obras.

Além disso, as prefeituras poderão gerar receitas acessórias, alugando suas antenas, dentro das luminárias, para as operadoras de telefonia móvel.

REGRAS DA TECNOLOGIA 5G

Pelas regras definidas pela Anatel, as operadoras terão de construir suas redes de quinta geração começando pelas capitais. O serviço começará a ser prestado até julho de 2022. Depois, as operadoras partirão para cidades com mais de 500 mil habitantes. Nesse ritmo, o serviço chegará às localidades com menos de 30 mil habitantes em 2029.

A ideia com a parceira é que as prefeituras construam suas redes de cabos e fibras ópticas e possam até oferecer essa infraestrutura para as operadoras que arremataram as frequências de 5G no leilão ocorrido no início de novembro.

O que é a tecnologia 5g?

De acordo com a União Internacional de Telecomunicações, o 5G, ou quinta geração da telefonia móvel, é uma nova tecnologia de transporte de dados em redes envolvendo dispositivos móveis. Ele sucede gerações anteriores, mas autoridades e especialistas apontam que terá melhorias não apenas incrementais, mas qualitativas.

Enquanto a tecnologia 1G tinha velocidade de 2kbit /s e o 4G garantia tráfego de 1 Gbit /s, o 5G terá velocidade para baixar informações de até 100 1 Gbit /s. Enquanto a latência (diferença na resposta na transmissão de dados) era de 60-98 milissegundos no 4G, no 5G ela será reduzida para menos de 1 milissegundo.

Já a capacidade de conectar dispositivos poderá abranger até 1 milhão de aparelhos por quilômetro quadrado.

Quais são as características dessa tecnologia?

O 5G significa um avanço em relação aos padrões anteriores em uma série de aspectos:

– Permite mais dispositivos conectados, o que está se tornando necessário diante do crescimento da chamada “Internet das Coisas”, com o crescimento da comunicação máquina a máquina;

– Aumenta a velocidade de conexão, permitindo um consumo de serviços mais complexos com menos dificuldade, como a transferência de arquivos, comunicações em tempo real, o consumo de vídeos e áudios em tempo real (streaming) ou os jogos eletrônicos;

– Diminui a reposta da conexão (latência), melhorando e contribuindo para que os dispositivos móveis tenham uma conexão que permita aplicações em tempo real ou que demandam trocas de informação de forma rápida;

– Tem maior capacidade de banda, o que é importante diante do aumento de informações que são publicadas e circulam na internet, seja a criação de mais conteúdos ou a melhoria da qualidade, como no áudio ou na definição em vídeo;

De acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o 5G é mais do que apenas uma melhoria das gerações anteriores. “As redes móveis 5G proporcionarão serviços avançados de banda larga móvel, com taxas de dados mais altas, menor latência e mais capacidade, que possibilitarão enorme potencial para novos serviços sem fio de valor agregado”, diz no documento  sobre a estratégia brasileira para a tecnologia, colocado em consulta pública no ano passado.

Quais são os benefícios que o 5G pode trazer?

A União Internacional de Telecomunicações (UIT), em documento sobre o tema, argumenta que o 5G pode ajudar as pessoas a aproveitarem os benefícios de uma “economia digital avançada e intensiva em dados”, irá contribuir na implantação das chamadas “cidades inteligentes” e permitirá um incremento na experiência online pelas novas aplicações que suportará e pelas maiores velocidades.

“O 5G provê uma oportunidade para operadoras moverem além de ofertar serviços de conexão, desenvolvendo ricas soluções e serviços para consumidores e indústrias em um rol variado de serviços, e a um custo acessível”, ressalta a UIT no documento “Definindo o cenário para o 5G: oportunidades e desafios”, destaca a entidade.

O 5G poderá dar suporte a diversos tipos de aplicações benéficas. Elas vão desde os sistemas de pagamento até a viabilização de carros autônomos (que funcionam sem motoristas), bem como outras soluções de Internet das Coisas envolvendo sensores e monitoramento em fábricas ou sem serviços públicos (como acompanhamento de consumo de água ou de lâmpadas de postes).

Na avaliação do MCTIC, a tecnologia poderá contribuir também na produção. “O 5G será um componente chave para o aumento da troca desembaraçada de dados entre máquinas, instalações, humanos e robôs, o que permitirá o desenvolvimento de uma logística inteligente, produção conectada de sistemas cyber-físicos e de comunicação máquina a máquina. A combinação dessas e de outras tecnologias digitais no setor secundário possibilita o avanço industrial conhecido como ‘Indústria 4.0’”, assinala o órgão no documento de consulta pública sobre a estratégia para o 5G, realizada no ano passado.

Fonte: AF Noticias