Tentativa de furto de combustível provoca vazamento em Caxias; há risco de explosão no local
Uma tentativa de furto de combustível causou o vazamento de gasolina de um oleoduto no bairro Parque Capivari, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense, na madrugada desta sexta-feira (26). A Transpetro, subsidiária da Petrobras, informou que há risco de explosão e que bombeiros retiraram moradores de casa para evitar intoxicação pelo forte cheiro.
Cinco pessoas precisaram de atendimento médico. Duas das vítimas já foram liberadas e outras três estão no Hospital Adão Pereira Nunes – uma criança de 9 anos, Antonia Cristina Pacheco, que teria sofrido queimaduras pelo contato com o combustível, uma funcionária da Transpetro que se feriu quando tentava conter o vazamento e um morador da área.
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O secretário de Defesa Civil de Duque de Caxias, André Luís Gomes Xavier, disse ao G1 que, quando a equipe chegou ao local, uma criança de 9 anos estava desmaiada com o cheiro da gasolina – eles a encontraram caída em uma poça. Ela está internada em estado gravíssimo, com 80% do corpo queimado.
A Defesa Civil de Duque de Caxias informou que quatro famílias, com um total de 17 pessoas, precisaram sair de suas casas por causa do vazamento, entre eles a menina de 9 anos.
O funcionário da Transpetro que tentou conter o vazamento afundou em um buraco e sofreu queimaduras.
“A gasolina que vazou é a do tipo A, a mais forte que existe. E não pode ser comercializada, porque ainda nem foi misturada ao anidro para ser vendida em bombas. O produto tem um cheiro muito forte e queima a pele. Até derreteu a luva de borracha do pessoal da nossa equipe”, explicou o secretário.
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Por volta de 1h, uma quadrilha instalou uma mangueira no duto da Transpetro para roubar o combustível, informou o comandante do Grupamento de Operações com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros, Fábio Andrade. Perto de 1h50, os bombeiros foram chamados. Bombeiros de três quartéis se dirigiram ao local. O combustível não chegou a jorrar, mas entrou em contato com o solo.
“O vazamento está muito pequeno e foi controlado. Mas existe o risco, é claro, pois tem muito produto no terreno. Mas as casas e os moradores do local já foram evacuados. Vamos começar o trabalho de remoção do produto”, afirmou o bombeiro.
O Corpo de Bombeiros encerrou os trabalhos às 8h e, até 11h, a Transpetro trabalhava para conter o vazamento no duto perfurado.
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Ponto de marcação dos dutos da Transpetro. — Foto: Alba Valéria Mendonça / G1
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Por medida de segurança, a Light, concessionária de energia, desligou a luz dos moradores do entorno do local onde ocorreu o vazamento.
Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vão ao local para avaliar o risco de contaminação do solo e também para os moradores.
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Relatos de moradores
Muitos moradores do bairro Amapá, que é próximo do local do vazamento, tiveram que sair de casa. Segundo eles, o forte cheiro começou por volta das 2h.
“A gente está aqui na subida de Petrópolis, a gente subiu a serra. Com muito medo do que aconteceu no bairro Amapá. Teve um vazamento muito grande, o cheiro muito forte”, contou um morador, afirmando que optou por sair de casa com a família.
Outros moradores tiveram vômitos e náuseas.
“Eu estou sem dormir desde as 2h30. Foi uma correria, todo mundo saiu de casa, um levantando, chamando o outro. Conforme liguei para a Petrobras, eles falaram para eu acordar as crianças, não deixá-las dormindo. Foi o que eu fiz”, disse outro morador.
Os bombeiros orientaram os moradores a cobrir os rostos com toalhas úmidas para evitar uma intoxicação.
Um caso semelhante, em dezembro do ano passado, foi causado por uma tentativa de roubo a um duto da empresa em Magé, também na Baixada Fluminense. Na ocasião, 60 mil litros de óleo vazaram no Rio Estrela, que deságua na Baía de Guanabara.
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Nota da Transpetro
Xavier disse que a Transpetro deveria intensificar a fiscalização contra furtos de combustíveis. A Secretaria de Meio Ambiente do município deve multar a empresa.
Subsidiária da Petrobras, Transpetro informou que “está tomando todas as medidas necessárias para garantir a segurança da comunidade do entorno, mobilizando todos os recursos para minimizar os impactos dessa ocorrência e prestando assistência às pessoas afetadas”.
Segundo a Transpetro, as operações do duto foram interrompidas e as autoridades competentes comunicadas. “A companhia colabora com as investigações das autoridades e tem como maior preocupação a segurança das famílias.”
Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/04/26/moradores-de-duque-de-caxias-reclamam-de-vazamento-de-gas.ghtml