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União petista lança Paulo Mourão ao Senado e prega necessidade de alianças para 2026

 A União de Diretórios e Comissões Provisórias do PT do Bico do Papagaio divulgou um manifesto que repercutiu fortemente nos bastidores da política tocantinense. No documento, os petistas afirmam que “participar de eleição como resistência política pode ser feito sem coligação, porém, na conjuntura atual, para buscar sucesso numa disputa majoritária e proporcional faz-se necessário formar alianças”.

O grupo defende a pré-candidatura do ex-deputado Paulo Mourão ao Senado Federal e reforça que o partido precisa de uma estratégia que una teoria e prática: “todas as campanhas vitoriosas do PT ocorreram quando houve a junção da teoria com a prática”.

Embora o texto não cite nomes, a mensagem foi imediatamente interpretada como um aceno à possibilidade de composição com o governador em exercício, Laurez Moreira (PSD). A leitura ganhou força após o gesto público do presidente Lula, que, durante a inauguração da Ponte de Xambioá, afirmou ser “a primeira vez que visita um Estado cujo governador fará o L”, num claro sinal de que poderá ter palanque no projeto político do governador interino, que busca viabilizar sua candidatura ao governo em 2026.

Um manifesto que pressiona por alianças

O manifesto do PT do Bico afirma que o Tocantins caminha para “dois grupos praticamente definidos”: o de Laurez Moreira e o da senadora Dorinha Seabra (União Brasil). O texto reforça que “na política não existe vácuo” e que, sem alianças, o PT corre o risco de “ficar no ostracismo da política e da história”. A mensagem central é de que o partido não terá competitividade se insistir em disputar isolado, sobretudo após o ciclo eleitoral desfavorável de 2022.

O grupo cita ainda a trajetória do presidente Lula e lembra que ele disputou quatro eleições majoritárias sem vitória – 1982, 1989, 1994 e 1998 – alcançando o Planalto apenas em 2002, “com uma grande coalizão”. Para o grupo, esse é o exemplo histórico de que “é praticamente impossível, na conjuntura atual, uma disputa eleitoral e uma governabilidade sem alianças”.

O alerta vem acompanhado de uma lembrança incômoda: nas eleições de 2022, o PT não conseguiu eleger nenhum parlamentar no Tocantins.

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Paulo Mourão como nome de consenso

O manifesto dedica um trecho significativo à trajetória de Paulo Mourão, reafirmando que ele é “respeitado por todas as tendências” internas e possui “habilidade de criar proposição e implementação de projetos para comunidades carentes”.

O documento cita seus quatro mandatos como deputado federal, sua vitória para prefeito de Porto Nacional e sua votação “expoente e significativa” na disputa ao governo em 2022, quando alcançou 10,64% – “a maior votação de um candidato a governador do PT na história do Tocantins”.

O texto afirma que Mourão é capaz de “unificar tendências”, dialogar com diferentes campos políticos e conduzir articulações estaduais e nacionais. Menciona ainda o programa federal Acredita no Primeiro Passo, implementado no Tocantins com apoio direto de Mourão, como exemplo de sua capacidade de articulação.

Recado direto à direção estadual do PT

O manifesto cobra uma postura mais assertiva da executiva estadual do partido: “A direção deve se reunir urgentemente com seus filiados” para discutir um projeto que enfrente a desigualdade social e reveja os erros acumulados nos últimos 20 anos da política local. O texto reforça que a sigla enfrenta um desafio imediato: “sem uma chapa majoritária, ou coligação, não teremos êxito eleitoral”.

O documento critica ainda a atuação interna recente, defendendo que tendências e lideranças precisam agir com “ética, caráter moral e responsabilidade”, deixando de lado disputas pessoais e priorizando um projeto coletivo que permita ao partido voltar a competir em condições reais.

Impacto nos bastidores

Assinado por figuras influentes como o ex-deputado federal Célio Moura, Itamar Bandeira, Valdo Rosário, Francinete Barroso, Vilela, Judith Oliveira, Samara Sirqueira e outros, o manifesto aumenta a pressão sobre a executiva estadual para iniciar conversações formais com o PSD de Laurez Moreira.

Nos bastidores, a avaliação é de que o grupo articulado no Bico do Papagaio deu o primeiro passo para reposicionar o PT no centro das negociações de 2026, enviando um recado claro: o partido deve “entrar na disputa, ou ficará no ostracismo”.

Para 2026, a aposta é na união interna, no diálogo com potenciais aliados e na consolidação de Paulo Mourão como figura central do projeto petista no Tocantins  movimento que, se confirmado, pode redesenhar o tabuleiro político do Estado nos próximos meses.

Fonte: AF Noticias