Zanin autoriza retorno imediato de Eduardo Siqueira à Prefeitura após 20 dias afastado
Notícias de Palmas – Após 20 dias afastado, o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi autorizado pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a retomar o exercício do cargo. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (18) e confirma o parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). O prefeito cumpria prisão domiciliar após ter sido preso na Operação Sisamnes, da Polícia Federal.
A medida determina a expedição de alvará de soltura, retirando a custódia domiciliar e permitindo o retorno ao cargo. No despacho, Zanin escreveu:
“Expeça-se, pois, alvará de soltura em relação à custódia domiciliar do investigado, ficando mantidas as demais medidas cautelares de (i) proibição de contato entre investigados nestes autos, nos autos da Pet 13820 e nos autos das operações ‘Sisamnes’, ‘Fames-19’ e ‘Maximus’; e (ii) proibição de se ausentar do país, com determinação de retenção do passaporte.”
Com a liberação, Eduardo reassume imediatamente a chefia do Executivo municipal, que desde 27 de junho estava sob o comando do vice-prefeito Carlos Velozo (Agir). Durante a gestão interina, aliados do prefeito foram exonerados e novos nomes ligados ao Agir foram nomeados, em uma tentativa de reconfigurar o poder dentro da prefeitura.
Ao AF Notícias, o advogado Juvenal Klayber destacou a decisão como “não uma vitória dos advogados, mas uma vitória do povo de Palmas”.
OPERAÇÃO SISAMNES
Eduardo foi preso pela Polícia Federal acusado de vazar informações sigilosas de decisões judiciais do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao lado do advogado Antônio Ianowich Filho e do policial civil Marco Albernaz.
Diferente dos demais, o prefeito teve a prisão convertida em domiciliar após sofrer um infarto e passar por angioplastia no dia 8 de julho. Ele foi liberado por razões médicas e permaneceu em casa, com monitoramento e restrições.
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RECONFIGURAÇÃO DA GESTÃO DURANTE AFASTAMENTO
Enquanto Eduardo estava afastado, o vice-prefeito Carlos Velozo, até então prefeito em exercício, promoveu diversas mudanças administrativas. Nomes próximos ao prefeito, como Sérgio Vieira Marques (Soró) e André Cheguhem, foram exonerados. Em contrapartida, Velozo nomeou o próprio irmão, Fábio Velozo, como titular da Secretaria de Planejamento. A gestão interina também demitiu aliados históricos da família Siqueira.
As medidas foram justificadas como “estratégicas e preventivas“, mas geraram descontentamento entre os apoiadores de Eduardo, que consideraram as ações como uma tentativa de tomada política da estrutura administrativa.
Nos bastidores da política palmense, as nomeações são vistas como um fortalecimento da influência do Agir na gestão municipal. Fontes internas apontam que o partido tem ampliado sua participação por meio de quadros próximos ao Grupo Monte Sião – ligado ao agronegócio no Tocantins – sob influência do pastor Amarildo Martins, figura relevante no segmento evangélico e nos rumos da sigla.
DESAFIOS POLÍTICOS
Agora de volta ao cargo, Eduardo Siqueira enfrentará o desafio de retomar o controle da gestão e reorganizar sua base de apoio. Ao mesmo tempo, seguirá sendo investigado pela PF e segue proibido de manter contato com outros investigados, além de estar impedido de deixar o país, com o passaporte retido.
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Fonte: AF Noticias