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Sinais de vida? Veículo robótico da Nasa encontra moléculas orgânicas em Marte

Pesquisadores da NASA identificaram os maiores compostos orgânicos já descobertos em Marte, graças a análises feitas pelo veículo robótico Curiosity. A descoberta representa um marco importante na busca por sinais de vida no planeta vermelho e levanta novas questões sobre a complexidade química já existente fora da Terra.

Moléculas orgânicas em Marte: o que foi encontrado

Durante a perfuração de uma rocha marciana chamada “Cumberland”, os cientistas detectaram três compostos: decano, undecano e dodecano. Essas moléculas são formadas por cadeias de carbono com 10, 11 e 12 átomos, respectivamente, e acredita-se que sejam fragmentos de ácidos graxos — substâncias fundamentais para a formação de membranas celulares em organismos vivos.

Embora os ácidos graxos estejam diretamente ligados à vida na Terra, a presença deles em Marte não confirma necessariamente a existência de vida por lá. Segundo a NASA, esses compostos também podem surgir de reações químicas não biológicas, como a interação da água com minerais em fontes hidrotermais.

A importância dos compostos orgânicos complexos

Até então, apenas moléculas orgânicas pequenas e simples haviam sido encontradas em Marte. A nova descoberta é significativa porque representa um avanço na complexidade química observada no planeta. Para os cientistas, isso aumenta as chances de que Marte possa ter desenvolvido, em algum momento de sua história, condições favoráveis ao surgimento da vida.

De acordo com Caroline Freissinet, pesquisadora do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica e autora principal do estudo, os resultados mostram que é possível identificar assinaturas químicas mesmo após milhões de anos de exposição à radiação e processos de oxidação em Marte. “Nosso estudo prova que, mesmo hoje, ao analisar amostras de Marte, poderíamos detectar assinaturas químicas de vida passada, se é que alguma vez existiu em Marte”, afirmou.

Sinais promissores para futuras pesquisas

O estudo também sugere que grandes moléculas orgânicas — conhecidas como bioassinaturas — podem ser preservadas no solo marciano por longos períodos. Isso é essencial para o sucesso de futuras missões, como a Mars Sample Return, que pretende trazer amostras de Marte para a Terra.

Além disso, a descoberta reforça a importância da exploração contínua do planeta, não apenas para encontrar indícios de vida passada, mas também para entender melhor os processos geoquímicos que moldaram sua superfície.

Fonte: AF Noticias